sábado, 30 de novembro de 2013

Onde estás?

 Se te amei, o meu corpo sentiu, a minha alma rugiu e o meu coração lamentou o teu partir...nem sei quem és, mesmo quando foste alguém em quem a minha mão poisou...sei que te aguardo, que desespero pela tua presença...de onde vens? ou já comigo estiveste...tenho este amor inconsolável para te dar, esta gratidão pela tua presença, que não sei onde guardar.

deixas-me sempre só, com um “para sempre” ferido na minha boca...rasgo as horas sem olhar para trás e espero...espero...espero pelo inesperado ato de pureza que me iluminará nesta escuridão.

não sei fugir, não sei fingir, nunca vejo o fado que se abate nos meus braços...nunca...

preciso de ti, desse teu calor que nunca senti, dessa voz que tanto ouvi...

mas por agora deixas-me, vou respirar a verdade, vou sentir todas as dores formarem o meu corpo, deixas-me, oiço-te dizer “até um dia”, e largares-me neste caminho torto.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ser

Estar ao meio é uma virtude...ser ao meio é um defeito. Não ser um todo definido, que só gera preconceito... ...contudo aqui respiro, na sublime existência pacífica de um perfeito viver... ou na minha arrogância em o tentar ser. Afinal nada me é negado, desde que finja ser como o restante gado. E a manada segue sem sobressalto, rumo ao prado verde no planalto. Estar ao meio, é ter ouvido o conselho era ter conseguido ser mais rasoável não ter medo de ser um espelho e não fazer nada imperdoàvel... mas afinal, Estar ao meio, é ser centrado e eu não quero ser o centro, nem a borda, nem uma outra qualquer definição porque eu vivo esta vida forjada com a minha paixão não quero morrer em paz, ser mais um que para ali jaz quero ser quem não existe quem não mais subsiste e colapsa-se de tanto gritar "Amei o que tinha de amar!" Mas não nasci nem morri Nem de nada me arrependi. Estar ao meio é uma virtude... Mas para se ser ao meio, só com coragem Não ser levado pelo vento com a folhagem E permanecer convicto da sua actitude.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O outro eu em mim

 

O outro que há em mim, padece de existência, padece das feridas da vida que por repetidos ataques não cicatrizam.

O outro eu, que vive amolgado na minha alma, respira por um canudo estreito e precisa de injecções de segurança para conseguir olhar em frente.

Tenho um eu amarrado, que nos seus devaneios de loucura precipita-se contra mim trauteando cânticos de desconfianças. Tudo é um logro, tudo é conspiração…todos te enganam, nada é paixão.



Se de leve visses a minha vida

Seria de azul marinho, que varia de tom com a luz do Sol

Se de leve a saboreasses

Teria um paladar misterioso e desejado

Se de leve a sentisses

Seria macia como uma pétala de túlipa e reconfortante como o colo da nossa mãe

Se de leve, mesmo só por instantes a vivesses

Teria um som demasiado estridente para a suportares

Mas de leve, muito levemente, com a distância de um átomo, soa a anjos em brincadeiras celestiais.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Sonhos

 

Vou pisando um caminho

Que a saudade recorda

Num pensar sempre sozinho

Que a realidade acorda


Vazias tenho umas mãos

Da imensidão da vida

Desses brilhos a todos vãos

Que me deixaram ferida


Não há bússola nem mapa

Que me guie a dormência

Apenas uma dor chata

De uma alma em penitência


E pago os meus pecados

Não com fogo do inferno

Mas com sonhos estragados

Para sempre no eterno


Repassa-me o coração

Da triste ignorância

Não ter aceitado um não

Vivendo agora a distância.