domingo, 7 de agosto de 2022

Não há porquês

 Hoje sonhei contigo.

Não te posso contar, mas tenho de o escrever, pois a felicidade invadiu-me e apesar de tu não me queres na tua vida, tenho que libertar de mim esta emoção.

Estavas dislumbrante, como da primeira vez que te vi. Sorrias. Era um sorriso reconfortante, pois era para mim que sorrias, era por causa de mim que não conseguías evitar esboçar com os teus lábios o prazer e contentação de estarmos ao pé um do outro. Era maravilhoso sentir-te tão presente, ver a atenção no teu olhar, sentir a forma carinhosa com que me falavas, como me contavas e mostravas as tuas colecções.

Apesar de sermos só amigos, fizeste-me sentir especial.

É isso que anseio, sentir-me especial na vida de alguém. Mas não na vida de qualquer um... Queria ser especial na vida da minha filha, na vida do meu pai e na tua.

Depois de ter saído de tua casa, o mundo parecia reluzir com outras cores, mais vivas, luminosas, parecia até que a realidade se tinha tornado mais nítida.

No dia seguinte ligaste-me, convidaste-me para irmos sair e pediste cuidadosamente que levasse um vestido de gala... Rio-me agora, pois na realidade nem vestidos tenho, quanto mais de gala.

Quando me vieste buscar à porta de casa, devo me ter apaixonado 3 vezes ao mesmo tempo. Vinhas de smoking... Uau, que visão estrondosamente impactante e bela... Mesmo sendo um sonho, nunca me irei esquecer da tua imagem... Quis te beijar ali, mas éramos só amigos. A tua boa disposição era contagiante...

Depois acordei e se embora por alguns segundos me sentisse feliz, depressa a minha realidade me esmagou.

Percebo que não sei fazer os outros sentirem-se especiais, percebo que nunca vais lêr estes desabafos da minha alma, percebo que não te interessa que sejamos amigos. Percebo que a minha vida é tudo aquilo que ninguém quer viver... Nem por amor... A não ser que fosse um amor doentio...

Eu sou assim estranha, a vida moldou-me com dor, perda, desamparo e solidão... Quero aprender a ser de outra maneira, quero aprender a libertar-me desta amargura, deste sentido de que vivo injustiçada, quero largar as armas, as armaduras, esta carga da desconfiança, do medo...

Só queria que o peso dos dias, dos pensamentos, das emoções, fosse diferente.

Queria ser mais ágil, menos exigente, menos perfeccionista... Queria sentir-me feliz com o que existe... Mas não consigo.

Restam-me os sonhos e não esperar por nada.

Beijos para ti, que encontres a tua felicidade. 

sábado, 30 de julho de 2022

 O que é a fé? Acreditar em algo que não vemos, não temos, não tocamos, não ouvimos, não cheiramos, não saboreamos? A fé é um bocado parecida com a espectativa... E vamos seguindo os dias na espectativa de amanhã ser melhor, de surgir algum acontecimento que nos salve de algo... Uma outra forma de pensar, uma nova força, uma palavra de alguém, um gesto... Enquanto mergulhamos em nós em busca de respostas... Um mergulho solitário.

Conjugo memórias e análises como se buscasse encontrar o código para abrir os portões do meu caminho... Mas não o vejo... Sei que deve estar por aí, pois todos têm um... e dou sempre comigo a percorrer uma estrada que não me leva a nenhum lado... Embrulho a troxa, faço o farnel e volto a procurar... O que falta aqui? Fé? 

domingo, 24 de julho de 2022

Amor

 Tenho saudades do Amor, saudades de o exprimir livremente como folhas soltas ao vento num fim de tarde soalheira de Outono. Um amor doce, aconchegante, onde dentro dele todos os sonhos se concretizam, onde a leveza dos olhares trocados, das carícias, nos fazem sentir que nenhum mal do mundo nos pode atingir.

Tenho saudades do Amor, esse amor que rejuvenesce a alma, que faz brilhar os olhos como se a inocência e a curiosidade da nossa criança interior, revestisse de novo os dias.

Tenho saudades do teu abraço, esse único abraço que me fez sentir que nunca antes tinha sido abraçada. Um abraço tão consciente, tão presente, tão infinitamente protector e carinhoso. Esse teu abraço... Esperei tanto por ele, não sabia nem onde nem quando o ia encontrar... Era o teu.

Nada mais trocámos, nem antes, nem depois...pois este Amor é somente meu, solitário e desmembrado.

Apenas restam as tuas palavras, sem amor, vincadas pelo azedume com que a vida te temperou, pelos enganos e desilusões.

E sinto que sofres, nos intervalos da tua paz autoproclamada, nos intervalos de uma agenda sempre lotada... Para esconder a tua dor. 

Talvez esteja enganada, talvez seja só eu que sofra pela falta deste amor, que foi por ti proclamado morto antes de nascer... Talvez só eu consiga amar por entre as brechas dos destroços da minha vida... Essas brechas pelas quais não me consegues ver... E se me visses? Não este corpo, não as minhas palavras, não os meus actos, mas a minha alma. 

Estou corrompida também pela dor, pelo medo, pela raiva... Pela falta de fé... Fujo e quero apagar as emoções e no descontrole do processo de querer ser mais forte e mais capaz, transformo em gelo o que digo e o que faço, como se da minha boca saíssem mil névoas árticas e com as minhas mãos apenas construisse icebergues. 

Ninguém me vê... No fundo eu também não deixo o amor passar... Mas quero tanto, queria tanto conseguir levar até ti a doçura do meu amor, queria tanto quebrar este invólucro que me aperta o peito e me sufoca este Amor. 

E se o visses? Se te pudesse oferecer um desenho onde para ti tudo se tornasse transparente, como uma visão lúcida do que sinto quando te vejo, quando te oiço, quando anceio pela tua atenção. 

Poderia desenhar a profundidade do teu pensamento, a ternura do teu sorriso, a força que te mantém firme nos teus ideais, projectos... Essa mesma força com que me afasta... Mas que não me deixa de deslumbrar. 

Tenho saudades deste Amor que contigo não vivi, que me persegue pelos anos, pelo desconhecido, que me persegue desde que o Amor não era um conceito. 

Queria ser o cálice extasiante com o qual se evaporasse o azedo negrume da tua visão. Queria ser uma plumagem que suavemente acentava na tua vida, como num lago espelhado, onde não há ondulação. Queria ser a semente de um nenúfar, que das entranhas lamacentas fosse desabrochando em ti, para gerar uma maravilhosa emoção.

 És mais do aquilo que eu sei e mais do que aquilo que em ti reconheces. És um homem de uma raridade e particularidade absolutamente inconfundíveis. Tal e qual o meu Amor. 


segunda-feira, 2 de maio de 2022

Os sonhos

 Tenho poucos sonhos, alguns já muito velhos e remendados, mas ainda com a ansia de serem concretizados.

Sonhos novos... Já não os tenho, de que serve criar novos se os velhos nunca foram usados? 

Às vezes parecem surgir, por entre os meandros do pensamento, vontades e projectos ainda por alcançar. Mas depressa perdem ânimo, pois neste tempo que escapa, pouco mais há a desejar. 

domingo, 20 de março de 2022

terça-feira, 8 de março de 2022

Infinity

 You are me, and I am you, we will never be apart.

We traveled together through the emptiness, through the time and space. We saw love, hate, oblivious and inevitability.

We fought worlds extinction, and the simmer of the emotions.

We do not end, and we have no beginning, together, we are a circle of infinity. 

domingo, 29 de agosto de 2021

To late

 Please don't fall in love with me, I was born with a broken heart. I pull when I should push, and I push when I should be pulling... I don't want to broke you to.

I miss the words and the emotions, it's all a blur in my mind, sometimes I smile just to say I'm present... And sometimes I cry because I lost the pieces of me, and I don't know who I am anymore.

So please, don't you fall in love with me. I'm far past from repair and way lost to be found.