quinta-feira, 3 de novembro de 2016
Desejo
E caio em vertigem no abismo dos prazeres.
Sinto o teu dedilhar na minha pele
Em intervalos compassados pelo desejo
E ouvem-se acordes talhados na tua respiração.
Seduz-me, troca os meus olhos pelos teus
E guia-me pelos gestos.
Envolve-me nas carícias sedosas da tua mão
Até ao universo sem regras das tentações.
Inebria-me nos teus aromas e sabores
Até o deleite ser maior que a minha alma
E na combustão do nosso fogo
Nos fundamos como ouro derretido
Sobre o azul do céu estrelado.
O tempo escorre por nós em gotas de suor
Tentando desenhar um caminho no nosso corpo
Que em secretas danças se contenta da ansiedade
E sacia uma fome milenar.
Dentro de mim pulsam as veias fervorosas
Pela inquietação de te querer tomar de um só trago
De querer beber de ti o néctar da tua nudez em flor.
Beija-me mais por favor!
Agora que as estações perderam o sentido,
O frio do Inverno é uma fogueira que nos consome
E eu sinto-me Verão na Primavera dos teus encantos,
Onde neste Outono se despiu de mim a timidez.
Beijo-te, uma outra vez,
Pois de ti não quero as rédeas nem os freios
Só sentir a tua paixão selvagem na nossa batalha carnal.
...e tudo em ti se revela sensual...
Quero criar contigo sinfonias afrodisíacas
Onde a realidade se perca na intensidade do nosso olhar
Onde o eu se esvaneça nos seus contornos
E a moral, já sem valor, seja apenas a palavra obscena
Que te segredo aos ouvidos.
...empola-me os sentidos...
Sinto o ar aprisionado entre nós,
Quente, por em dueto prolongado o consumirmos
E o que respiramos é já um sopro
Do espírito lascivo que nos revolve a alma.
Fazes-me perder a calma...
Fazes perder-me nos minutos pelo meio das horas
Que poderiam ter sido dias
Como quando se sonha um desejo
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
Onde estás?
Se te amei, o meu corpo sentiu, a minha alma rugiu e o meu coração lamentou o teu partir...nem sei quem és, mesmo quando foste alguém em quem a minha mão poisou...sei que te aguardo, que desespero pela tua presença...de onde vens? ou já comigo estiveste...tenho este amor inconsolável para te dar, esta gratidão pela tua presença, que não sei onde guardar.
deixas-me sempre só, com um “para sempre” ferido na minha boca...rasgo as horas sem olhar para trás e espero...espero...espero pelo inesperado ato de pureza que me iluminará nesta escuridão.
não sei fugir, não sei fingir, nunca vejo o fado que se abate nos meus braços...nunca...
preciso de ti, desse teu calor que nunca senti, dessa voz que tanto ouvi...
mas por agora deixas-me, vou respirar a verdade, vou sentir todas as dores formarem o meu corpo, deixas-me, oiço-te dizer “até um dia”, e largares-me neste caminho torto.


