sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Todo o infinito

Dá-me espaço dá-me tempo
Dá-me todo o infinito
Que eu quero agora morrer
Mesmo que nada tenha dito

Queria conseguir explicar
Com toda a palavra mais culta
Queria poder falar
O que o meu coração oculta

Já não há saudade em mim
Já não há prados nem flores
Derramei o sangue carmim
E apaguei todas as cores

Não quero nem mais saber
Da boa nova que trazes
Que eu quero agora morrer
E com tudo fazer pazes

Dá-me espaço dá-me tempo
Dá-me todo o infinito
Que eu quero partir sem alento
Mesmo que nada tenha dito

Já não há em mim saudade
Já não oiço o carrilhão
O amor perdeu a vontade
Não bate neste coração

Se me vires passar ao largo
Nem um olhar desvies
O meu passeio é amargo
Nem quero que me desafies

Dá-me espaço dá-me tempo
Dá-me todo o infinito
Que eu quero agora morrer
Mesmo que nada tenha dito