Quem não alinha na máquina gigante do capitalismo, da revolução industrial, tecnológica, é obliterado... Coisas que surgiram para supostamente facilitar a vida das pessoas... Mas são usadas para criar mais lucro... E esse lucro nunca é teu, nem em tempo nem em dinheiro. Somos escravos da nossa própria mentalidade, do querermos ser donos de algo... Ilusão... Não somos donos do tempo, nem do espaço, nem se quer da nossa vida... Pois é nos dada sem pedirmos e retirada sem sabermos quando e como. Mas o ser humano vive na constante luta de consumir tantas coisas, com uma certeza tão grande como se existisse uma verdade irredutível. Tudo nos escapa a cada piscar de olhos. E cegos por essa ideia vendida de Poder... morremos sem se quer termos a capacidade de usufrui o milésimo de segundo que é o Presente.
A ansia de sermos reconhecidos, memorizados, seguidos, adorados... A ansia de explicarmos a nossa existência... E não nos damos a oportunidade de existir simplesmente.
Queremos encontrar respostas e soluções para problemas que nós próprios criamos, porque não vemos a simplicidade. Procuramos padrões, conjuntos, construímos secções, rótulos, para um Universo que sempre existiu sem isso e o qual não podemos manipular. Achamo-nos Deuses, Cientistas, Descobridores, Filósofos... E tudo é debatido, refutado, surgindo novas teorias para explicar o inexplicável, para organizar o caos. Não existem verdades absolutas, nem ideais corretos. Existe apenas a consciência de nós mesmos, do que cada um sente dentro de si, que tenta pobremente expor através de códigos nunca completamente percetíveis aos outros. Esquecemo-nos que apesar desta dificuldade em expor o nosso ego interior, apesar da sensação de absoluta solidão, estamos integrados com tudo o que nos rodeia. Os átomos que constituem o meu corpo, são os mesmos que o vento leva, e de que são construídos todos os corpos, vivos ou inanimados. Por entre tudo isso transmite-se energia. É isso que nos integra desde a estrela mais distante no Cosmos, até ao impulso de um neurónio.
Não é cor da minha ideia que me faz pertencer, ou à qual tenho de me subjugar. É só ao tamanho da minha ignorância.
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